segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A vida de João Brandão (1825-1880) - CAP. II



João Victor da Silva Brandão – “ O João Brandão” – nasceu no dia 1/03/1825, no Casal da Senhora, no seio de uma família de médios recursos.

Era filho de Manuel Rodrigues Brandão e Antónia Rita, que junto com os seus seis irmãos constituiam a família dos Brandões do Casal. Em Midões viviam os seus primos, os Brandões de Midões, uma família de mais prestígio. Tinham uma irmã casada com o morgado de Midões e um irmão casado com a irmã do ministro do Reino, Rodrigo da Fonseca Magalhães.

O seu padrinho de baptismo foi Roque Ribeiro de Abranches Castelo Branco, a quem viria a ser concedido o título de Visconde de Midões pelos serviços prestados à causa Liberal.

Nasceu num período conturbado, em pleno Liberalismo e guerra civil, tendo a sua família um papel importante na causa liberal na região. Não foram bons tempos no Reino e em particular na Beira. A angústia e o medo imperavam, sendo a justiça feita à lei da bala. Foi assim durante mais de meio século.

De 1846 a 1851 fez parte de um batalhão de Cartistas, opositor aos seus primos de Midões que eram Constitucionalistas/Setembristas, tendo capitaneado o Batalhão de Caçadores de Sªº João de Areias.

Foi eleitor pelo concelho de Midões, vereador e fiscal da Câmara de Midões. Em 1853 terá sido o seu período áureo, tendo sido recebido pelo ministro do Reino, o qual lhe concedeu grandes poderes. Em finais de 1854 deu-se o assassinato do Ferreiro da Várzea, um dos pontos mais negros da vida de João Brandão.

E 1863 casou com Ana Eugénia de Jesus Correia Nobre, uma senhora de boa condição e fortuna que lhe conferiu estatuto social, tendo-se mudado para casa dela, em várzea de Candosa.

Foi aliás, nesta povoação, que após várias peripécias, foi acusado da morte do padre Portugal e por ela condenado ao degredo em África.

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